Genes, DNA e Câncer: Como a genética influencia o desenvolvimento da doença

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O câncer é uma doença complexa que pode ser causada por uma variedade de fatores, incluindo a genética. O artigo a seguir discutirá a relação entre genes, DNA e câncer, destacando os principais pontos chave sobre o assunto.

DNA

O DNA é uma molécula que carrega o código genético, as instruções para construir e funcionar de todas as células do nosso corpo. É formado por unidades chamadas genes, que determinam características como a cor dos olhos e a susceptibilidade a doenças.

Genes e Câncer

Mutações (alterações) no DNA de genes específicos podem desencadear o processo de cancerização. Existem dois tipos principais de genes relacionados ao câncer:

  • Oncogenes: Quando mutados, promovem o crescimento e divisão celular descontrolada, características do câncer.
  • Genes supressores de tumores: Normalmente inibem o crescimento celular e a reparação de DNA danificado. Suas mutações podem permitir o acúmulo de danos e o desenvolvimento de câncer.

Fatores de Risco:

Nem toda mutação genética resulta em câncer. Outros fatores, como exposição a agentes cancerígenos (tabaco, radiação) e histórico familiar, também influenciam o risco de desenvolver a doença.

Genética no Combate ao Câncer:

O estudo dos genes e do DNA tem permitido avanços no diagnóstico, tratamento e prevenção do câncer. Exames genéticos podem identificar mutações associadas a maior risco de certos tipos de câncer, auxiliando na tomada de decisões terapêuticas.

Avanços na medicina de precisão:

A medicina de precisão é um campo emergente da medicina que usa informações genéticas para personalizar o tratamento de doenças. No caso do câncer, os testes genéticos podem ser usados para identificar pacientes com câncer que podem se beneficiar de tratamentos específicos, como terapia-alvo.

A terapia-alvo é um tipo de tratamento que visa especificamente as células cancerígenas, causando menos danos às células saudáveis. Esse tipo de tratamento é mais eficaz do que a quimioterapia tradicional, que mata todas as células em crescimento, incluindo células saudáveis.

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Os avanços na medicina de precisão estão revolucionando o tratamento do câncer. À medida que aprendemos mais sobre a genética do câncer, estamos desenvolvendo tratamentos mais eficazes e menos tóxicos para a doença.

Genes de reparo do DNA

Os genes de reparo do DNA são responsáveis por corrigir erros no DNA. Esses erros podem ser causados por fatores ambientais, como radiação ou quimioterapia, ou por erros naturais que ocorrem durante a replicação do DNA.

Quando os genes de reparo do DNA estão mutados, o DNA pode acumular danos, o que pode levar ao câncer. Isso ocorre porque os danos no DNA podem causar mutações em outros genes, incluindo oncogenes e genes supressores de tumores.

Algumas das mutações mais comuns em genes de reparo do DNA estão associadas a cânceres de mama, câncer de cólon e câncer de pele.

Genes de sinalização celular

Os genes de sinalização celular são responsáveis por enviar e receber sinais entre as células. Esses sinais regulam uma variedade de funções celulares, incluindo o crescimento, a divisão e a morte celular.

Quando os genes de sinalização celular estão mutados, eles podem enviar sinais incorretos às células. Isso pode levar a crescimento celular descontrolado, que é uma característica do câncer.

Algumas das mutações mais comuns em genes de sinalização celular estão associadas a cânceres de mama, câncer de próstata e câncer de pulmão.

Exemplos específicos

  • Genes de reparo do DNA:
    • BRCA1: envolvido na reparação de danos no DNA causados por agentes químicos e radiação. Mutações no BRCA1 estão associadas a um risco aumentado de câncer de mama, câncer de ovário e câncer de próstata.
    • TP53: conhecido como “guardião do genoma”, é responsável por iniciar a reparação do DNA danificado. Mutações no TP53 estão associadas a uma variedade de cânceres, incluindo câncer de pulmão, câncer de mama e câncer de pele.
  • Genes de sinalização celular:
    • HER2: um receptor de crescimento que regula o crescimento e a divisão celular. Mutações no HER2 estão associadas a um risco aumentado de câncer de mama, câncer de ovário e câncer de estômago.
    • EGFR: um receptor de crescimento que regula o crescimento e a divisão celular. Mutações no EGFR estão associadas a um risco aumentado de câncer de pulmão, câncer de cólon e câncer de cabeça e pescoço.
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Os genes mais comumente mutados no câncer de mama são:

  • Oncogenes:
    • HER2: um receptor de crescimento que regula o crescimento e a divisão celular. Mutações no HER2 levam à superexpressão da proteína HER2, o que pode levar ao crescimento celular descontrolado.
    • EGFR: um receptor de crescimento que regula o crescimento e a divisão celular. Mutações no EGFR podem levar à superexpressão da proteína EGFR, o que também pode levar ao crescimento celular descontrolado.

Genes supressores de tumores:

  • BRCA1: um gene responsável por reparar danos no DNA causados por agentes químicos e radiação. Mutações no BRCA1 podem levar à perda da função do gene, o que pode aumentar o risco de câncer de mama, câncer de ovário e câncer de próstata.
  • BRCA2: um gene semelhante ao BRCA1, que também é responsável por reparar danos no DNA. Mutações no BRCA2 podem levar à perda da função do gene, o que também pode aumentar o risco de câncer de mama, câncer de ovário e câncer de próstata.

As mutações nesses genes podem levar ao crescimento celular descontrolado e à disseminação do câncer.

Aqui está um exemplo de como as mutações em genes de crescimento podem levar ao câncer de mama:

O gene HER2 é responsável por regular o crescimento e a divisão celular das células mamárias. Mutações no HER2 podem levar à produção de proteínas HER2 mutantes que se ligam e ativam incorretamente os receptores de crescimento nas células. Isso pode levar ao crescimento celular descontrolado e à formação de um tumor.

O estudo dos mecanismos moleculares que levam ao desenvolvimento do câncer de mama está ajudando os pesquisadores a desenvolver novos tratamentos para a doença. Por exemplo, os pesquisadores estão desenvolvendo terapias que visam especificamente as proteínas HER2 mutantes. Essas terapias podem ajudar a prevenir o crescimento e a disseminação das células cancerosas.

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer causou 9,6 milhões de mortes em 2020, o que representa 15% de todas as mortes no mundo. O câncer é a principal causa de morte entre pessoas com idades entre 30 e 69 anos.

Os tipos de câncer mais comuns são:

  • Câncer de pulmão: 1,8 milhão de mortes
  • Câncer de mama: 2,2 milhões de mortes
  • Câncer de cólon e reto: 900.000 mortes
  • Câncer de estômago: 780.000 mortes
  • Câncer de fígado: 780.000 mortes

O câncer é uma doença complexa que pode ser causada por uma combinação de fatores, incluindo fatores genéticos, ambientais e estilo de vida. Os fatores de risco para o câncer incluem:

  • Tabagismo
  • Obesidade
  • Dieta não saudável
  • Falta de atividade física
  • Exposição a substâncias cancerígenas, como radiação e produtos químicos
  • Histórico familiar de câncer

O câncer é uma doença tratável, mas o prognóstico varia de acordo com o tipo de câncer e o estágio da doença. O tratamento do câncer pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia e terapia hormonal.

O estudo das estatísticas sobre a prevalência do câncer é importante para entender o impacto da doença na saúde global. Essas informações podem ser usadas para desenvolver estratégias para prevenir o câncer e melhorar o tratamento da doença.

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